O alongamento ósseo na correção de deformidades
A cirurgia de Alongamento Ósseo é um procedimento de distração osteogênica, ou seja: através do corte de uma secção no osso, é realizado o afastamento das extremidades de forma gradual. Para que isso seja possível, é utilizada uma ferramenta chamada fixador externo, que ao afastar ambos os lados do osso, permite que um novo tecido surja, fazendo com que o comprimento seja aumentado. Esse procedimento pode ser realizado em membros inferiores (os fixadores podem ser fixados no fêmur e na tíbia) e superiores (os fixadores são fixados apenas no úmero). Dentre as muitas aplicações dessa cirurgia, podemos citar: • Correção de deformidades causadas por acidentes (traumáticas); • Igualar o tamanho de membros discrepantes; • Tratamentos de condições médicas como o genu varus; • Aumento de estatura. Para que essa técnica seja aplicada na correção de deformidades, é muito importante que seja feita uma avaliação completa pelo médico responsável, principalmente para avaliar a deformidade e as complicações subjacentes ao procedimento. Quais as deformidades que podem ser corrigidas com o alongamento ósseo? As deformidades a serem corrigidas pelo procedimento podem ser classificadas em congênitas ou adquiridas, sendo as principais: • Hemimelia Tibial; • Hemimelia Fibular; • Pseudoartrose Congênita da Tíbia; • Deformidade Posteromedial da Tíbia; • Deficiências Femorais; • Fraturas complexas; • Pé equino; • Joelho em flexão; • Acondroplasia; • Entre outras. No caso do alongamento ósseo estético, o paciente pode ter a sua altura acrescida de até 5 centímetros, melhorando a sua qualidade de vida e autoestima. Como é feito o tratamento? Inicialmente, o paciente passa por um processo pré-operatório detalhado, a fim de avaliar a sua capacidade física e psicológica para passar pelo procedimento. Uma vez qualificado, o médico poderá dar início ao procedimento, que começa com a implantação dos fixadores externos. É aguardado um período de sete dias para que o paciente possa se adaptar ao dispositivo. Após essa semana de adaptação, pode ser dado início ao alongamento em si. Em média, é realizado o alongamento de um milímetro por dia, a ser ajustado pelo próprio paciente ou responsável. A quantidade a ser alongada depende muito da condição que está sendo tratada, mas é importante lembrar que, quanto maior for o alongamento, maior será o tempo necessário para a total recuperação do paciente. Dependendo do caso ou da condição do paciente, pode ser necessário realizar o alongamento de mais de 10 centímetros. Nessas situações, o médico responsável pode indicar a realização de mais de um alongamento ósseo. Na fase de alongamento (ou distração), as duas extremidades ósseas são afastadas, de forma a estimular a produção de mais tecido ósseo. Por conta desse alongamento, os músculos, tendões e outras estruturas acabam sendo alongados também, prejudicando a mobilidade. Por essa razão, é muito importante que o paciente passe por um acompanhando fisioterapêutico intenso, evitando a perda da função motora. A segunda fase do alongamento de osso é chamada de consolidação. Nessa etapa, é iniciada a regeneração do osso, consolidando o novo comprimento atingido. A fisioterapia é essencial durante toda essa etapa.