Uso de ácido hialurônico no joelho: quando faz sentido

ácido hialurônico no joelho

O ácido hialurônico tem se consolidado como uma das terapias mais utilizadas no tratamento das dores articulares, principalmente no joelho. Conhecida popularmente como infiltração de ácido hialurônico, essa técnica busca restaurar a lubrificação da articulação e reduzir o atrito sofrido nas superfícies ósseas, aliviando a dor e melhorando a mobilidade. Embora essa técnica tenha ganhado muita notoriedade entre pacientes com artrose, o uso do ácido hialurônico vai muito além. Ele é recomendado também nas fases iniciais de desgaste, após cirurgias e até em atletas que sofrem com sobrecarga articular. Entender quando essa terapia faz sentido — e quando ela pode não trazer o benefício esperado — é fundamental para garantir resultados eficazes e seguros. O que é ácido hialurônico e como ele atua no joelho O ácido hialurônico é uma substância naturalmente presente no corpo humano, com alta concentração no líquido sinovial — fluido responsável por lubrificar e proteger as articulações. Seu papel principal é reduzir o atrito entre as superfícies ósseas, absorver impactos e contribuir para a nutrição da cartilagem. Nos casos de artrose ou com o avanço da idade, a concentração e a qualidade do ácido hialurônico no líquido sinovial reduzem significativamente. Isso faz com que o joelho perca sua capacidade de amortecimento, levando a dor, rigidez e inflamação. A infiltração, nesse caso, tem como objetivo restaurar temporariamente essas propriedades, oferecendo uma lubrificação artificial adicional que melhora a função articular. Além do seu efeito mecânico, o ácido hialurônico também apresenta ação biológica, estimulando a produção natural do fluido sinovial e modulando o quadro inflamatório local. O procedimento é minimamente invasivo, realizado em consultório e geralmente sob orientação por ultrassom para maior precisão. A substância é aplicada diretamente na articulação, e o número de sessões varia conforme o tipo de produto e o grau do comprometimento. Quando o uso é indicado? A infiltração com ácido hialurônico é indicada principalmente para pacientes com artrose leve a moderada, em que ainda há preservação parcial da cartilagem. Nesses casos, o tratamento consegue, muitas vezes, atrasar a progressão da doença, melhorar a mobilidade e reduzir a necessidade de analgésicos ou anti-inflamatórios de uso contínuo. Também é uma boa alternativa para pacientes que não obtiveram melhora com medicamentos orais ou fisioterapia, mas que ainda não apresentam indicação para cirurgia. Atletas e praticantes de atividade física intensa com sobrecarga articular também podem se beneficiar, principalmente nos casos de dor após treinos e inflamação leve. Após cirurgias no joelho, como artroscopia ou reconstrução ligamentar, a infiltração ajuda na recuperação, reduzindo o atrito e protegendo a cartilagem remanescente durante a reabilitação. Entretanto, nos casos de artrose avançada, quando há destruição completa da cartilagem e deformidade óssea, o ácido hialurônico apresenta eficácia limitada. Nesses estágios, o tratamento cirúrgico — como a artroplastia total — tende a oferecer resultados mais duradouros e funcionais. Tipos de ácido hialurônico e diferenças entre formulações Nem todos os produtos disponíveis no mercado são iguais. O ácido hialurônico utilizado em infiltrações pode variar em peso molecular, origem e apresentação, e essas diferenças podem influenciar diretamente a duração e a resposta clínica do tratamento. Os produtos de baixo peso molecular são mais fluidos e apresentam efeito lubrificante imediato; entretanto, têm menor duração. Já os de alto peso molecular possuem maior viscosidade, permanecendo mais tempo na articulação e proporcionando alívio prolongado da dor — muitas vezes por até seis meses. Existem também formulações reticuladas, em que as moléculas são entrelaçadas quimicamente, aumentando a estabilidade e a resistência à degradação. Essas versões tendem a exigir menos aplicações, mas costumam ter um custo mais elevado. Alguns produtos podem ser combinados com substâncias bioativas, como sorbitol ou manitol, que reduzem a oxidação e potencializam a durabilidade do ácido hialurônico. A escolha da formulação ideal vai depender da avaliação do médico responsável, do estágio da artrose e das expectativas do paciente quanto ao tempo de efeito e à frequência das aplicações. Benefícios e limitações da infiltração Os benefícios do ácido hialurônico vão além do alívio da dor. Ele melhora a função articular, facilita o movimento e reduz a rigidez, permitindo que o paciente volte mais rapidamente às suas atividades diárias. A melhoria na qualidade de vida é significativa, principalmente entre os pacientes que sofrem com desconforto crônico. A segurança do procedimento é outro ponto muito positivo. Por ser uma substância biocompatível, semelhante à produzida naturalmente pelo corpo, o risco de efeitos colaterais é mínimo. Quando ocorrem, as reações adversas são leves e temporárias, como inchaço ou sensibilidade. Entretanto, é importante lembrar que o tratamento tem limitações. Ele não regenera a cartilagem nem interrompe definitivamente a progressão da artrose. Seu efeito é sintomático e temporário, variando entre três e doze meses, dependendo do produto e da resposta individual do paciente. O ácido hialurônico também não deve ser aplicado em articulações inflamadas por infecção ou em pacientes com alergia a algum componente da fórmula. Por essa razão, a avaliação médica é imprescindível antes da indicação. Em longo prazo, a infiltração pode ajudar a adiar a necessidade de cirurgia, principalmente em pacientes mais jovens ou com artrose em graus iniciais. Quando bem indicada e acompanhada, é uma ferramenta valiosa no controle da dor e na preservação da função. Quer saber se a infiltração com ácido hialurônico é indicada para o seu caso? Agende uma avaliação com o Dr. Reinaldo e garanta um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado.

Como a pisada interfere na progressão do joelho valgo e varo?

joelho valgo

A forma como pisamos apresenta um impacto direto sobre a cadeia músculo-esquelética dos membros inferiores. Alterações na pisada, como supinação ou pronação excessiva, podem contribuir para a sobrecarga das articulações, como joelhos, tornozelos e quadris. Quando essas alterações se mantêm por longos períodos, podem favorecer o desenvolvimento ou a progressão de desvios angulares do joelho, como o valgo e o varo. O joelho valgo consiste na aproximação dos joelhos, formando um “X”, enquanto o joelho varo se refere ao afastamento dessas articulações. Ambos os desvios podem surgir por fatores congênitos, musculares ou posturais. Contudo, a biomecânica da pisada é um fator muitas vezes negligenciado, que desempenha um papel relevante na evolução dessas deformidades. Entendendo o joelho valgo e varo: causas e características O joelho valgo é caracterizado pela aproximação dos joelhos, como mencionado anteriormente, resultando no afastamento dos quadris e tornozelos quando a pessoa permanece de pé. Essa condição é bastante comum em crianças, mas tende a se corrigir conforme o indivíduo cresce. Em adultos, o joelho valgo pode ser resultado de desequilíbrios musculares, obesidade, frouxidão ligamentar ou padrões de movimento inadequados. Já o joelho varo apresenta uma configuração oposta: os joelhos se mantêm afastados mesmo quando os pés estão juntos, formando o conhecido aspecto arqueado. Essa condição afeta mais comumente os homens e pode estar associada à prática esportiva de alto impacto, a doenças que afetam o crescimento ósseo ou ao histórico de fraturas. Ambas as condições alteram o alinhamento do eixo do membro inferior e impactam a distribuição de carga na articulação do joelho. A longo prazo, essas alterações favorecem o desenvolvimento de artrose precoce, perda funcional e dor crônica. Como a pisada influencia o alinhamento do joelho A pisada é a forma como nosso pé toca o solo durante a caminhada ou corrida. Ela pode ser classificada em três tipos: neutra, pronada (quando o pé gira para dentro) e supinada (quando o pé gira para fora). Cada tipo de pisada provoca compensações musculares e articulares que podem afetar a postura e a biomecânica do joelho. A pisada pronada, por exemplo, aumenta a rotação interna da tíbia e favorece o desvio do joelho para dentro, agravando ou desencadeando um quadro de joelho valgo. Já a supinação excessiva eleva a tensão sobre a borda lateral do joelho, contribuindo para o desenvolvimento ou intensificação do joelho varo. O uso de calçados inadequados, que não oferecem suporte adequado à pisada ou não corrigem desvios, é outro fator relevante. Com o passar do tempo, isso contribui para a perpetuação de padrões disfuncionais de marcha, que sobrecarregam os joelhos e intensificam o desalinhamento. Além disso, a pisada altera a forma como os músculos da perna e da coxa são ativados. Essa cadeia de compensações musculares pode interferir na estabilidade e na progressão dos desvios angulares do joelho. Avaliação biomecânica e diagnóstico personalizado A avaliação da pisada é uma ferramenta fundamental para identificar padrões que favorecem o joelho valgo ou varo. Atualmente, exames que avaliam a distribuição de pressão plantar durante a caminhada, como a baropodometria, permitem identificar sobrecargas e assimetrias com precisão. Além da baropodometria, a avaliação cinemática da marcha, por meio de filmagens em câmera lenta ou plataformas de força, também oferece informações valiosas sobre a relação entre pisada e movimentação do joelho. Esses exames são indispensáveis para que os profissionais de saúde desenvolvam estratégias terapêuticas personalizadas. É importante lembrar que a avaliação não deve se restringir apenas aos pés. A análise global do paciente — incluindo padrão muscular, coluna e quadris — ajuda a compreender a origem do desvio e se a pisada é causa, consequência ou fator de manutenção da alteração no joelho. Combinada com exames clínicos e biomecânicos, a avaliação da pisada ajuda a entender o papel do pé na progressão do joelho valgo ou varo, permitindo intervenções adequadas e direcionadas. Leia também: Joelho valgo: fortalecimento pode resolver? Estratégias de prevenção e tratamento integradas Uma vez identificado o tipo de pisada e seu impacto sobre o joelho, o tratamento pode ser direcionado com precisão. Palmilhas ortopédicas personalizadas podem ajudar a corrigir o apoio plantar, redistribuir cargas e reduzir o estresse articular. O fortalecimento muscular direcionado também é essencial, especialmente dos músculos do quadril, glúteos, adutores e estabilizadores do joelho. Um trabalho funcional bem estruturado contribui para restaurar o controle postural e o alinhamento dos membros inferiores. A fisioterapia, por sua vez, desempenha papel fundamental, especialmente nos casos em que o paciente já apresenta dor, limitação de movimento ou desequilíbrios significativos. Técnicas como reeducação postural, treino de marcha, liberação miofascial e propriocepção ajudam a reequilibrar o sistema músculo-articular. Nos casos mais graves, em que há degeneração avançada da articulação ou deformidade óssea acentuada, pode ser necessário considerar abordagens cirúrgicas, como a osteotomia corretiva. Quando buscar ajuda profissional? Nem sempre a pessoa que apresenta joelho valgo ou varo percebe de imediato que há algo errado. Muitas vezes, os sintomas aparecem como dores no tornozelo, quadril ou lombar, antes mesmo do joelho se manifestar. Por isso, dores persistentes durante a marcha, sensação de instabilidade ou desgaste anormal nos calçados devem ser sinais de alerta. Crianças que apresentam joelho valgo ou varo após os sete anos também devem ser avaliadas por um fisioterapeuta ou ortopedista. Nesses casos, a correção precoce pode evitar complicações no futuro. Atletas e praticantes de corrida também devem estar atentos. A sobrecarga repetitiva sobre articulações desalinhadas pode acelerar o desgaste e comprometer o desempenho esportivo. A relação entre pisada e joelho valgo ou varo vai muito além da estética. Ela está diretamente relacionada à saúde das articulações, ao equilíbrio corporal e à prevenção de lesões. Se você notou alterações na sua marcha, dores frequentes ou desalinhamentos no joelho, é necessário buscar avaliação. Agende sua consulta e inicie um cuidado preventivo para evitar complicações futuras e garantir maior liberdade de movimento e saúde articular.

Joelho varo: calçados inadequados podem acelerar a deformidade?

joelho varo

O joelho varo é caracterizado pelo desalinhamento em que os joelhos se afastam lateralmente enquanto os pés permanecem juntos, sendo uma condição ortopédica que pode ter causas traumáticas, congênitas ou degenerativas. Embora seja leve e comum em crianças pequenas, em adultos e adolescentes esse desalinhamento geralmente está associado ao desgaste articular, à sobrecarga mecânica ou a alterações ósseas. Uma das dúvidas mais frequentes entre pacientes é se o uso de calçados inadequados pode acelerar a progressão dessa deformidade. Essa preocupação é válida, já que o tipo de calçado influencia na forma como o peso corporal é distribuído durante a marcha. A falta de uniformidade no apoio pode desencadear sobrecargas específicas nos compartimentos internos e externos do joelho, intensificando o desalinhamento e gerando dor precoce. O que é joelho varo e como ele afeta a marcha? O joelho varo é definido por um ângulo aumentado entre a tíbia e o fêmur, fazendo com que os joelhos se afastem. Essa alteração modifica a biomecânica da perna, transferindo maior parte da carga para o compartimento medial da articulação do joelho. Ao longo do tempo, essa sobrecarga resulta na degeneração da cartilagem e aumenta o risco de osteoartrite. Durante a marcha, o alinhamento correto dos membros inferiores é fundamental para que o peso corporal seja distribuído de forma equilibrada. No caso do joelho varo, o padrão de pisada é alterado: o pé se apoia na borda externa, enquanto a parte interna do joelho recebe um impacto maior. Isso provoca um ciclo de desgaste progressivo e dificulta a estabilidade articular. Além disso, essa alteração também sobrecarrega outras estruturas, como coluna lombar e quadris. Muitas vezes, embora o paciente não sinta dor imediata no joelho, ele pode apresentar desconfortos em regiões compensatórias. Essa característica reforça a importância de uma avaliação precoce para o início de um tratamento focado no alinhamento global do corpo. A falta de tratamento faz com que o joelho varo evolua para deformidades mais rígidas, dificultando a abordagem conservadora e aumentando a probabilidade de cirurgia. Relação entre calçados e sobrecarga articular Os calçados desempenham papel fundamental na forma como o corpo distribui e absorve o impacto durante a caminhada ou corrida. Modelos com solado rígido, sem amortecimento ou que favoreçam uma pisada supinada ou pronada excessiva podem acentuar o desalinhamento provocado pelo joelho varo. No caso dessa condição, calçados que aumentam a descarga na borda externa do pé tendem a piorar a rotação e a distribuição de peso já alteradas. Isso significa que, em vez de corrigir parcialmente o padrão de marcha, eles reforçam a sobrecarga no compartimento medial do joelho. Sapatos de salto alto também podem agravar o problema, já que alteram o eixo do corpo e aumentam a pressão sobre a parte anterior do joelho. Em pacientes com joelho varo e sobrepeso, essa combinação é ainda mais prejudicial, pois o impacto é multiplicado. Por outro lado, a utilização de sapatos com amortecimento adequado, boa estabilidade lateral e palmilhas personalizadas ajuda a redistribuir a carga e a reduzir o risco de progressão da deformidade, combatendo sintomas que aparecem precocemente. Leia também: Quando a Osteotomia é Indicada para Corrigir Joelho Varo Sinais de que o calçado pode estar piorando o joelho varo Nem sempre o paciente com joelho varo percebe de imediato que o calçado está contribuindo para a piora do desalinhamento. Existem alguns sinais indiretos que indicam que é hora de avaliar o modelo ou buscar uma avaliação profissional: Esses sinais precisam ser observados com atenção, pois indicam que a biomecânica da marcha não está adequada. Se a deformidade ainda é flexível, ajustes no calçado e o uso de órteses podem ajudar a corrigir parcialmente o problema. Contudo, se já houver desgaste articular avançado, essas medidas serão apenas complementares ao tratamento ortopédico recomendado pelo médico. É importante lembrar que o diagnóstico correto deve ser feito por um especialista, com avaliação clínica e, quando necessário, exame de imagem. O uso de palmilhas específicas, por exemplo, precisa ser prescrito de acordo com o padrão individual de pisada e o grau de desalinhamento. Tratamentos e medidas preventivas O tratamento do joelho varo varia conforme a idade do paciente, o grau de desalinhamento e a causa da deformidade. Nos casos iniciais e leves, é possível utilizar medidas conservadoras para retardar a progressão: fisioterapia, controle de peso e orientação sobre calçados adequados. A fisioterapia desempenha papel fundamental no fortalecimento dos músculos estabilizadores do joelho e do quadril, que ajudam a compensar o desalinhamento. Exercícios de alongamento também são indicados para melhorar a mobilidade e reduzir a sobrecarga. O uso de órteses, como as palmilhas corretivas, também auxilia na redistribuição da carga durante a marcha. Entretanto, o sucesso dessa abordagem depende de um ajuste personalizado feito por profissional capacitado. Nos casos avançados, quando há dor intensa e desgaste articular, pode ser necessária a cirurgia de osteotomia, que realinha o joelho e redistribui a carga de forma equilibrada. Escolhendo o calçado ideal para quem tem joelho varo A escolha correta do calçado é parte importante do cuidado com o joelho varo. Modelos com sola firme, bom amortecimento e suporte adequado para o arco plantar ajudam na redução do impacto e melhoram a estabilidade durante a marcha. Evite solados muito finos, saltos altos e calçados sem firmeza lateral. Para atividades físicas, o mais indicado é optar por tênis com tecnologia de absorção de impacto e que permitam a colocação de palmilhas personalizadas. Um ajuste individualizado, feito com base em avaliação biomecânica, pode otimizar ainda mais os resultados. Muitas clínicas de ortopedia e fisioterapia oferecem análise da pisada para indicar o modelo mais adequado para cada caso. Se você percebe que seus joelhos estão desalinhados ou sente dor ao caminhar, busque ajuda de um ortopedista especializado. Um diagnóstico precoce e a escolha adequada de calçados fazem toda a diferença na prevenção da progressão do joelho varo.

Diferença entre joelho valgo funcional e estrutural: como identificar?

joelho valgo

O joelho valgo é caracterizado pelo desalinhamento dos membros inferiores, em que os joelhos se aproximam ou se tocam enquanto os pés permanecem afastados. Popularmente conhecido como “pernas em X”, esse desalinhamento afeta a biomecânica da marcha, aumenta o risco de lesões e sobrecarrega as articulações. O que muitas pessoas ainda não sabem é que o joelho valgo pode apresentar duas naturezas distintas: funcional ou estrutural. Essa diferenciação é fundamental, já que influencia na escolha do tratamento. Enquanto o joelho valgo funcional está relacionado a alterações musculares e posturais que podem ser corrigidas com reabilitação, o valgo estrutural decorre de mudanças ósseas permanentes, que podem exigir tratamentos mais complexos. O que é joelho valgo funcional? O joelho valgo funcional acontece quando o desalinhamento não é resultado de alterações permanentes, mas sim de desequilíbrios musculares, problemas na mobilidade articular ou padrões de movimento inadequados. Isso significa que, em posição relaxada, o joelho pode parecer desalinhado, mas essa condição é parcial ou totalmente corrigida com ajustes posturais ou fortalecimento muscular. Esse tipo de valgo é comum em pessoas com fraqueza dos músculos abdutores e rotadores externos do quadril, que não conseguem manter o alinhamento adequado durante atividades como correr, caminhar ou saltar. O excesso de pronação dos pés também contribui, pois altera a mecânica de toda a cadeia dos membros inferiores. Atletas, especialmente os que praticam esportes de alto impacto, podem desenvolver joelho valgo funcional devido à repetição de movimentos sem o devido equilíbrio. A sobrecarga constante provoca inflamação, dor e lesões associadas, como a síndrome patelofemoral. Por não envolver deformidades ósseas fixas, o joelho valgo funcional tende a responder bem a tratamentos conservadores, como programas de fortalecimento e correção do padrão de movimento, reduzindo o risco de agravamento e complicações. O que é o joelho valgo estrutural Já o joelho valgo estrutural está associado a alterações anatômicas permanentes, seja no fêmur, na tíbia ou em ambos. Esse desalinhamento pode ser congênito, resultado de doenças ósseas, adquirido após fraturas mal consolidadas ou consequência de processos degenerativos. Nesse caso, o ângulo formado entre a tíbia e o fêmur é fixo e não pode ser corrigido com ajustes posturais ou fortalecimento muscular. Isso significa que, mesmo com tratamento conservador, o alinhamento não muda significativamente, embora seja possível minimizar os sintomas e a sobrecarga. O joelho valgo estrutural tende a ser mais pronunciado e pode estar associado ao desgaste precoce da cartilagem, principalmente no compartimento lateral. Com o tempo, aumenta o risco de artrose e limita a prática de atividades físicas de alto impacto. Nos casos mais graves, a correção definitiva pode exigir intervenção cirúrgica, como a osteotomia, que realinha o eixo do membro inferior. Leia também: Osteotomia previne a progressão da artrose no joelho? Como identificar se é funcional ou estrutural A distinção entre joelho valgo funcional e estrutural exige uma avaliação clínica criteriosa por um profissional qualificado. Um dos testes realizados é a observação da posição dos joelhos em pé e durante a marcha, verificando se o desalinhamento muda com ajustes de postura ou contração muscular voluntária. No caso do joelho valgo funcional, é comum que o alinhamento melhore quando o paciente é orientado a ativar determinados músculos ou ajustar a posição dos pés e quadris. Já no valgo estrutural, a distância entre os pés e o ângulo dos joelhos permanecem praticamente inalterados. Radiografias ajudam a confirmar o diagnóstico, mostrando o ângulo formado pelos ossos e identificando possíveis alterações anatômicas. A ressonância magnética pode ser indicada para avaliar a cartilagem e as estruturas associadas, principalmente se o paciente apresentar histórico de lesões. A identificação correta do tipo de valgo é fundamental, pois tratamentos equivocados podem trazer poucos resultados e até gerar sobrecargas adicionais. Tratamento e prevenção para cada caso No joelho valgo funcional, a prioridade é melhorar a biomecânica dos movimentos por meio da correção de desequilíbrios musculares. O fortalecimento de glúteos, quadríceps e core, associado a exercícios de propriocepção e reeducação da marcha, é altamente eficaz nesse processo. Palmilhas personalizadas ajudam na correção do excesso de pronação dos pés, reduzindo a sobrecarga sofrida pelo joelho. Já para o joelho valgo estrutural, o tratamento visa aliviar sintomas e retardar o desgaste da articulação. Para isso, pode ser recomendada fisioterapia, uso de órteses, modificação de atividades e controle do peso corporal. Nos casos em que há desalinhamento acentuado ou dor persistente, pode ser indicada a intervenção cirúrgica. A prevenção de ambos os tipos envolve manter força e flexibilidade muscular, evitar sobrecargas repetitivas e utilizar calçados adequados para cada tipo de pisada. Atletas precisam incluir exercícios de fortalecimento e mobilidade na rotina de treinos para prevenir a instalação de padrões compensatórios. O acompanhamento periódico com ortopedista é indispensável, pois permite identificar precocemente alterações no alinhamento e adotar medidas para evitar complicações a longo prazo. Se você percebe desalinhamento nos joelhos ou sente dor durante atividades físicas, procure um ortopedista especializado. Entre em contato e garanta um diagnóstico preciso para iniciar o seu tratamento o quanto antes.

Joelho valgo e varo: é possível conviver sem cirurgia?

joelho valgo

O joelho é uma articulação altamente complexa, responsável por suportar boa parte do nosso peso corporal e por permitir movimentos fundamentais para a locomoção. Desvios no alinhamento dos membros inferiores, como o joelho valgo e o joelho varo, comprometem esse equilíbrio funcional. Essas alterações — conhecidas popularmente como “joelho em X” e “pernas arqueadas”, respectivamente — geram dúvidas frequentes quanto à necessidade de cirurgia. A boa notícia é que, na maior parte dos casos, é possível conviver com essas condições com segurança, funcionalidade e sem necessidade de intervenção cirúrgica. Isso depende de diversos fatores, como presença de dor, grau do desvio, impacto na mobilidade e estilo de vida do paciente. O que são o joelho valgo e o joelho varo? O joelho valgo é caracterizado pela aproximação dos joelhos com afastamento dos tornozelos, formando o conhecido “joelho em X”. Essa condição altera o eixo mecânico do membro inferior e desloca a carga corporal para a parte lateral do joelho. Já o joelho varo, por sua vez, apresenta uma configuração oposta: os joelhos permanecem afastados mesmo quando os pés estão juntos, dando o aspecto de pernas arqueadas, com sobrecarga na parte medial da articulação. Ambas as condições podem ser congênitas, hereditárias ou adquiridas — especialmente quando relacionadas a fatores como obesidade, traumas, desequilíbrios musculares ou doenças ósseas. Em crianças, essas alterações são comuns como parte do desenvolvimento natural, com tendência à correção espontânea até os 7 anos de idade. Quando o desalinhamento persiste na idade adulta, pode gerar sobrecarga crônica na articulação, predispor ao desgaste, causar dor e limitar a funcionalidade. Por isso, é essencial avaliar a progressão do quadro, o impacto na marcha e o possível envolvimento de outras estruturas, como quadris e coluna. Leia também: Joelho valgo: fortalecimento pode resolver? Quando a cirurgia não é necessária? Nem todo caso de joelho valgo ou varo exige cirurgia. A maioria das pessoas com desvios leves ou moderados consegue manter uma vida funcional e ativa com acompanhamento clínico e tratamento conservador. Entre os principais critérios que indicam a viabilidade de um tratamento não cirúrgico, estão: Nesses casos, a correção total do desalinhamento não é o objetivo principal. O foco passa a ser a compensação adequada das estruturas envolvidas, com controle motor, estabilidade articular e preservação funcional. É importante lembrar que a presença do desalinhamento, por si só, não é indicativo de cirurgia. O que define a necessidade de intervenção é o grau de comprometimento funcional e a ausência de resposta aos tratamentos conservadores. Estratégias conservadoras para manejo do joelho valgo e varo O tratamento não cirúrgico dos desvios do joelho baseia-se em três pilares: reeducação funcional, fortalecimento muscular e controle da sobrecarga. Cada caso exige uma abordagem personalizada, considerando as particularidades anatômicas e funcionais do paciente. No caso do joelho valgo, o fortalecimento do quadríceps, glúteos e rotadores externos do quadril é essencial para evitar o colapso medial da articulação. Já no joelho varo, o foco se volta para os abdutores do quadril, isquiotibiais e estabilizadores mediais do joelho. A fisioterapia é uma aliada valiosa nesse processo, oferecendo recursos como: O uso de palmilhas ortopédicas, calçados adequados e o controle do peso corporal também podem ser recomendados, pois ajudam na redistribuição da carga e na redução da progressão do desalinhamento. Quando a cirurgia pode ser indicada? Apesar dos bons resultados com o tratamento conservador, há casos em que a cirurgia se torna necessária. A principal indicação é a presença de dor persistente, associada à deformidade progressiva e à falência das estratégias clínicas. A cirurgia mais comum é a osteotomia — um procedimento que permite o realinhamento do eixo do joelho por meio do corte e reposicionamento ósseo. A indicação depende de fatores como: Nos casos de artrose avançada e desalinhamento severo, pode ser indicada a colocação de uma prótese total de joelho. Contudo, essas situações representam uma minoria dos casos e, geralmente, são consequência de anos de sobrecarga sem tratamento adequado. Qual é a importância do diagnóstico precoce? Identificar precocemente o desalinhamento do joelho permite implementar uma intervenção mais eficaz e evita a progressão para quadros mais graves. Por isso, diante de qualquer sinal de alteração postural, dor frequente ou instabilidade ao caminhar, é essencial procurar ajuda de um ortopedista. A avaliação clínica é complementada por exames de imagem, como radiografias com carga, que ajudam a medir o ângulo de desvio e identificar sinais de desgaste articular. Em alguns casos, também pode ser necessário realizar exames funcionais, como avaliação da marcha ou baropodometria. Com base nesse diagnóstico, é possível traçar um plano terapêutico individualizado, com foco na reabilitação funcional e no controle da sobrecarga. Quanto antes essas medidas forem implementadas, maiores as chances de evitar complicações e preservar a funcionalidade do joelho. O tratamento conservador bem conduzido é eficaz para a maioria dos casos de joelho valgo e varo. Fortalecimento muscular, correção postural, controle da sobrecarga e acompanhamento profissional são aliados valiosos para preservar a função articular. Se você notou alterações no alinhamento dos joelhos ou sente dor ao caminhar, agende sua consulta e conte com uma avaliação especializada.

Joelho varo e corrida: como adaptar os treinos para evitar a sobrecarga?

joelho varo

Popularmente conhecido como pernas arqueadas, o joelho varo é uma condição em que os joelhos ficam afastados mesmo quando os pés estão juntos. Esse desalinhamento, que altera o eixo de sustentação do corpo, pode afetar diretamente a mecânica da corrida e, se não for corretamente tratado, provocar sobrecarga nas articulações, especialmente nos joelhos e tornozelos. Embora muitas pessoas com joelho varo corram sem maiores problemas, é necessário que os corredores entendam os impactos desse desalinhamento para prevenir lesões e manter a performance com segurança. Com uma avaliação biomecânica precisa e ajustes bem planejados nos treinos, é possível adaptar a prática da corrida à estrutura do corredor, reduzindo significativamente o risco de sobrecarga articular. O que é joelho varo e como ele interfere na corrida O joelho varo é um desalinhamento caracterizado pela abertura dos joelhos para fora, gerando um aspecto de pernas arqueadas. Essa alteração pode ser congênita, decorrente de doenças como o raquitismo, ou se desenvolver ao longo da vida por sobrecarga articular, hábitos posturais inadequados ou alterações estruturais. No caso dos adultos, o joelho varo também pode ser consequência do desgaste cartilaginoso, principalmente em casos de artrose medial no joelho. Durante a prática de corrida, o corpo exige uma biomecânica precisa para distribuir adequadamente as forças de impacto. O joelho varo modifica essa distribuição, gerando maior pressão na parte interna do joelho (compartimento medial) e alterando consideravelmente a absorção de impacto. Isso pode sobrecarregar estruturas como meniscos, ligamentos e cartilagem, além de afetar a articulação do quadril e tornozelo, que precisam compensar o desalinhamento. O joelho varo também pode causar desequilíbrios musculares. Músculos como adutores, quadríceps e isquiotibiais podem trabalhar de forma desigual, aumentando o risco de fadiga, dor e lesões por uso excessivo. Com o passar do tempo, o padrão de corrida se torna ineficiente e exige mais energia para manter o mesmo rendimento. É importante lembrar que muitos corredores com esse tipo de eixo também apresentam boa adaptação biomecânica. A diferença está na presença de sintomas como dor, limitação funcional ou histórico de lesões. Avaliação individual: o primeiro passo antes do ajuste dos treinos Antes de qualquer adaptação ou ajuste no treino de corrida, é necessário realizar uma avaliação biomecânica completa. Esse exame é conduzido por fisioterapeutas ou profissionais de medicina esportiva e analisa o padrão de marcha, mecânica de corrida, força muscular, alinhamento dos membros inferiores e amplitude de movimento. Com base nessas informações, é possível identificar os fatores que aumentam o risco de sobrecarga. Também é necessário avaliar a rigidez ou frouxidão ligamentar, fatores que influenciam diretamente a estabilidade articular. Pacientes com joelho varo e laxidade ligamentar têm maior risco de desenvolver instabilidade durante a realização de movimentos rápidos ou de impacto. Durante a avaliação, o profissional também pode identificar alterações secundárias ao joelho varo, como pisada supinada, rotação externa excessiva do quadril ou encurtamento muscular. Quando esses fatores não são corrigidos, podem perpetuar o padrão inadequado de movimento e aumentar o risco de lesões como fasceíte plantar, condropatia patelar e tendinites. Somente com os dados da avaliação em mãos é possível personalizar o treino de corrida, respeitando os limites individuais de cada corpo. Essa abordagem é especialmente importante para corredores amadores, que não contam com acompanhamento constante e podem não perceber os primeiros sinais de sobrecarga. Como adaptar os treinos de corrida em quem tem joelho varo A principal estratégia para corredores com joelho varo é adaptar os treinos para minimizar a sobrecarga no compartimento medial do joelho, favorecendo um padrão de corrida mais equilibrado. Isso pode ser feito por meio de ajustes na intensidade, volume, frequência e tipo de solo, acompanhados de fortalecimento muscular e uso de calçados adequados. O fortalecimento dos músculos estabilizadores do quadril — como glúteo máximo, glúteo médio e rotadores externos — é indispensável. Esses músculos ajudam a alinhar o fêmur durante a passada e reduzem a tendência do joelho a se projetar lateralmente. Além disso, o core deve ser trabalhado para garantir estabilidade pélvica e controle postural durante a corrida. A progressão de volume e intensidade deve ser feita sempre com cautela. Evitar treinos consecutivos, intercalar corrida com caminhada e priorizar superfícies menos rígidas são medidas que ajudam a reduzir a sobrecarga articular. Também é importante realizar alongamentos regulares dos músculos que tendem a estar encurtados nesse tipo de eixo, como adutores e gastrocnêmios. Quando o joelho varo se torna um fator limitante? Apesar das adaptações possíveis, há casos em que o joelho varo pode se tornar um fator limitante para a prática da corrida. Isso acontece principalmente quando o desalinhamento é severo, causa dor persistente ou está associado a lesões estruturais — como artrose, lesões meniscais ou degeneração cartilaginosa. Nesses casos, o impacto repetitivo da corrida pode acelerar o desgaste articular. Outro sinal de alerta é a presença de instabilidade durante a corrida ou episódios frequentes de travamento, falseio ou inchaço no joelho após os treinos. Esses sintomas indicam que a articulação está sofrendo uma sobrecarga acima do tolerável e precisa de investigação médica. Persistir no treino sem os devidos ajustes pode agravar o quadro e levar à necessidade de tratamento cirúrgico. Corredores com histórico de lesões recorrentes também devem ter atenção redobrada. A repetição de tendinites, fraturas por estresse ou dor crônica nos membros inferiores pode estar diretamente relacionada ao desalinhamento biomecânico não tratado. Nesses casos, o acompanhamento com um ortopedista é fundamental para definir a continuidade ou substituição da atividade. Isso não quer dizer que o corredor com joelho varo precise abandonar o esporte. Muitas vezes, a solução está na redução do volume dos treinos, na variação dos estímulos, no investimento em reabilitação e em uma periodização mais conservadora. Leia também: Deformidade no joelho: quando buscar um especialista A importância do acompanhamento profissional Por mais que existam orientações gerais sobre joelho varo e corrida, cada corpo responde de forma única. Por isso, o acompanhamento com profissionais especializados é o caminho mais seguro para adaptar os treinos e garantir longevidade esportiva. Médicos do esporte, fisioterapeutas e treinadores com experiência podem ajudar a identificar padrões … Ler mais