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É muito importante lembrar que a fratura em si, embora seja mais evidente no osso, também pode causar danos em outras estruturas e tecidos, como os músculos, vasos sanguíneos, tendões, ligamentos, etc. Por essa razão, o tratamento indicado vai depender da avaliação do médico e de como as estruturas estão, de forma a garantir a melhor cicatrização dessa lesão.
Como ocorre a consolidação óssea?
A consolidação óssea após uma lesão acontece em etapas: hemorrágica, calo mole, calo duro e remodelação óssea. O médico responsável só conseguirá determinar qual o melhor tratamento para a lesão após a primeira fase, por conta do sangramento do osso.
A partir daí o tratamento pode ser iniciado para garantir a cicatrização correta da fratura, onde podem ocorrer duas possibilidades, a depender da estabilidade que o tratamento causará na estrutura danificada. O sucesso do tratamento está relacionado com a capacidade das extremidades ficarem próximas e se regenerarem adequadamente. Essa consolidação pode acontecer de forma natural, apenas com a imobilização ou não do membro afetado, ou com a ajuda de placas e parafusos específicos para manter as partes próximas e proporcionar a reconstrução.
Quando as extremidades do osso são mantidas próximas com a ajuda de um recurso externo, temos o que é chamada de consolidação primária. O osso se reconstrói com o passar do tempo, de dentro pra fora, e não há a formação de calo ósseo na lesão, e esse processo é chamado de estabilidade absoluta. Esse tipo de abordagem é geralmente aplicada em fraturas de articulações (cotovelos, joelhos, tornozelos e antebraços), pois ajuda a garantir a mobilidade com mais rapidez.
Quando, mesmo depois da fratura, os ossos permanecem próximos, porém com alguma movimentação, é desenvolvido o calo ósseo. Nesse caso, pode ser utilizado gesso, fios de kirschner, placas, ou hastes intramedulares. Esse processo é chamado de estabilidade relativa, e representa uma grande vantagem com relação ao anterior, pois permite a utilização dos tecidos próximos para o processo de regeneração.
Como vimos anteriormente, a consolidação óssea acontece mediante quatro etapas distintas, decorrendo da seguinte maneira:
No momento da fratura, o osso se parte e dá início ao sangramento, que causa um hematoma e desencadeia um processo inflamatório das células. Essas células são responsáveis por iniciar a consolidação do osso. Esse processo é semelhante ao que ocorre no alongamento ósseo.
Após cerca de 14 dias, o calo ósseo começa a se formar a partir da formação da cartilagem. Embora importante, esse calo não possui força e resistência suficientes para manter a integridade do osso (calo mole), sendo necessário que o paciente permaneça com a imobilização, caso recomendada.
Depois de aproximadamente 4 ou 6 semanas, esse calo já pode ser visto na radiografia (calo duro), pois houve o aumento da calcificação e da sua resistência. Nessa etapa já pode ser utilizada uma órtese no ligar do gesso. Dependendo do local da lesão, esse calo pode ser substituído por um calo cartilaginoso.
Em uma próxima etapa, ocorre a remodelação do calo e do osso, podendo durar até dois anos dependendo da lesão. Existe a possibilidade de, dentro dos seis primeiros meses, uma nova fratura ocorrer no mesmo lugar. Isso é comum em crianças, ou em indivíduos adultos que apresentem algum tipo de atraso na consolidação. Por esse motivo, é essencial seguir as recomendações do médico e evitar esforços desnecessários no local lesionado. Sempre busque a ajuda de um médico especialista para obter o tratamento correto para a sua lesão.